Este artigo foi publicado originalmente no blog de Indexology® em 20 de abril de 2021.
O primeiro trimestre foi difícil para os mercados de valores na região, pois o fortalecimento do dólar americano e o impacto contínuo da pandemia da COVID-19 afetaram o desempenho. Apesar de um ganho de 3,1% em março, o S&P Latin America BMI caiu 5,8% em dólares no primeiro trimestre, enquanto o S&P 500® subiu 6,2%. No nível dos países, os resultados foram variados. O México e o Chile encerraram o trimestre em território positivo, enquanto o Brasil, a Argentina e a Colômbia recuaram. O Peru praticamente não teve variações.
A taxa de câmbio tem um papel importante no desempenho dos índices regionais. Dada a fortaleza do dólar americano, os retornos medidos em moeda local foram muito melhores. No primeiro trimestre, o S&P Brazil BMI perdeu 10,2% em dólares (USD), mas somente 3,1% em reais brasileiros (BRL). Igualmente, o S&P Colombia BMI recuou 15,7% em dólares, mas somente 9,5% em pesos colombianos (COP). O Peru teve resultados variados: o S&P/BVL Peru General Index teve um retorno quase sem variações (-0,7%) em novos sóis peruanos (PEN), mas um retorno positivo em dólares (2,6%). Os mercados de valores no Chile e no México tiveram uma forte performance no primeiro trimestre, gerando retornos ligeiramente mais elevados nas suas respectivas moedas locais do que em dólares. A Argentina foi o único mercado da região em que os retornos em moeda local (ARS) e dólares foram negativos. Portanto, os retornos acumulados em moeda local no primeiro trimestre para o S&P Latin America BMI (que exclui a Argentina) quase não tiveram variações (- 0,09%).
Revisemos algumas das tendências mais interessantes (em moeda local) ocorridas em cada mercado. Na Argentina, apesar de um primeiro trimestre difícil, o emblemático S&P MERVAL Index teve resultados fortes nos períodos de um, três e cinco anos com retornos anualizados de 96,8%, 15,5% e 29,9%, respectivamente. Cabe mencionar que a volatilidade de mercado foi a mais alta nesta região.
O primeiro trimestre de 2021 trouxe retornos negativos para a maioria dos índices de renda variável no Brasil, com exceção do Índice S&P/B3 SmallCap Select (3,0%) e o Índice S&P/B3 Baixa Volatilidade (1,0%). Excepcional foi a performance em longo prazo do Índice S&P/B3 Beta Elevado, que ganhou 105,9%, 25,9% e 39,6% nos períodos de um, três e cinco anos, respectivamente. O S&P/B3 Ingenius Index, composto por empresas tecnológicas internacionais cotadas na Bolsa de Nova York ou na NASDAQ, e na B3 como BDRs, continuou apresentado bons resultados apesar de diferenças nas divisas (11,0% em reais brasileiros).