1. Como foi o desempenho recente dos gestores ativos europeus de renda fixa em comparação com o dos mercados de renda variável?
Os Scorecards SPIVA® da S&P Dow Jones Indices se estabeleceram como um recurso fundamental para avaliar o desempenho da indústria dos fundos ativos em relação aos retornos de um benchmark. Nos últimos 20 anos, nossos relatórios, juntamente com outras análises semelhantes realizadas por outros no meio acadêmico e financeiro, além das perspectivas provenientes das experiências dos investidores no mundo real,
contribuíram para o reconhecimento de que ganhar de benchmarks de renda variável ponderados por capitalização, como o S&P 500® e o S&P World Index, pode ser um desafio, especialmente no longo prazo.
No entanto, os mercados de títulos de dívida presentam características diferentes. É possível que os benchmarks de títulos de dívida mais amplamente utilizados não sejam tão reconhecidos, pelo que a seleção do benchmark apropriado pode ser um processo mais complexo. Além disso, os fundos de índices de títulos de dívida estão em um estágio de desenvolvimento mais inicial, e a indústria da renda fixa ativa tem enfrentado diferentes desafios em comparação com seus pares de renda variável. O registro empírico da renda fixa também está sendo desenvolvido. Nossos Scorecards SPIVA não incluíam a categoria de fundos europeus de renda fixa com gestão ativa até 2022, quando a fusão da S&P Global e a IHS Markit integrou o leque de índices de títulos de dívida iBoxx no conjunto de benchmarks da S&P DJI.
Nas próximas semanas, nossos Scorecards SPIVA de Fechamento de 2024 fornecerão análises do desempenho de fundos ativos de renda fixa em vários mercados globais, incluindo 10 categorias de fundos europeus com um tamanho de amostra suficiente para gerar estatísticas representativas. Os resultados europeus já estão disponíveis e, comparativamente, os gestores de renda fixa conseguiram, em sua maioria, ganhar do benchmark no ano-calendário 2024 (ver quadro 1). Contudo, os descobrimentos não são totalmente positivos; em períodos superiores a um ano, observamos que a maioria dos fundos ativos de renda fixa perderam para o benchmark, e esse número aumentou para
quase 80% no horizonte de 10 anos.
2. O que acha que está impulsionando esses diferenciais e há algum resultado do SPIVA mais recente que você encontrou surpreendente?
Os desafios enfrentados pelos selecionadores de ações foram amplamente reconhecidos nos últimos anos. Quando as maiores empresas e que, segundo algumas métricas, estão entre as mais caras, passam por um período prolongado de desempenho forte, pode ser difícil para os gestores de fundos que estão tentando caçar possíveis empresas subvalorizadas acompanhar o ritmo dos benchmarks ponderados por capitalização. Ao contrário, é possível que os mercados de títulos de dívida tenham proporcionado algumas oportunidades para ganhar do benchmark, principalmente quando avaliado retrospectivamente.
Em comparação com o desempenho altamente incerto das ações menores e mais baratas, o prêmio do desempenho das fontes tradicionais de excesso no retorno na renda fixa (assumir riscos de crédito, vencimento ou iliquidez, por exemplo) é claramente anunciado em forma de rendimentos adicionais. No final de 2023, não havia muitas promessas para os gestores que estavam migrando para títulos com prazos mais longos: as curvas de rendimento dos títulos soberanos da Alemanha, dos EUA e do Reino Unido se inverteram em alguns pontos, enquanto os rendimentos de diferentes pontos de vencimento dentro do universo amplo de grau de investimento em euros (como o mede o iBoxx € Overall Index) foram em grande parte semelhantes. Dado o risco adicional de taxa de juros inerente aos vencimentos mais longos, poderia ter parecido óbvio para os gestores ativos que eles deviam reduzir a duração de sua carteira a caminho de 2024. Talvez seja igualmente importante e óbvio men