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Panorama da sustentabilidade no Brasil

Examinando o G dos fatores ESG: A relação entre a boa governança e o desempenho das ações – Parte 2

Examinando o G dos fatores ESG: Relação dos fatores E e S com o desempenho – Parte 3

Examinando o G dos fatores ESG: Governança em profundidade – Parte 1

Índices da América Latina: 1° trimestre de 2018

Panorama da sustentabilidade no Brasil

No congresso anual da ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, que representa os administradores de fundos de pensão no Brasil), a sustentabilidade foi um dos temas principais. O evento permitiu discussões aprofundadas com investidores institucionais brasileiros, reguladores, funcionários da B3 (anteriormente conhecida como Bovespa e atualmente a maior bolsa de valores na América Latina), grupos que promovem a sustentabilidade e diversos gestores de ativos. O diálogo com estas partes se centrou nas dificuldades e no futuro dos fatores ESG no Brasil. A partir dessas reuniões com os participantes do mercado foi possível perceber que há um grande interesse nos fatores ESG junto com um vasto conhecimento sobre o tema. As seguintes são as principais conclusões destas conversas.

É o momento indicado para ter interesse em soluções ESG

O Brasil está saindo do maior escândalo de corrupção da sua história: o caso Lava Jato, que envolveu a Petrobras (maior empresa estatal do Brasil), grandes empreiteiras que pagaram propinas à Petrobras a fim de ganhar licitações e altos funcionários de governo que receberam pagamentos de executivos da Petrobras. De acordo com as autoridades brasileiras, os pagamentos e honorários associados com o esquema criminoso ultrapassam US$ 2 bilhões. Dado este cenário, existe uma clara tendência positiva e se centrar na governança corporativa, bem como maximizar o valor entregue aos acionistas (ou seja, a visão de longoprazo ou os aspectos “G” dos fatores ESG) parecem estar no topo da lista de prioridades para os participantes do mercado. De fato, o programa e os temas abrangidos no congresso da ABRAPP se focaram principalmente em aspectos de governança. Considerando que as taxas de interesse no Brasil estão diminuindo e ficando mais estáveis, o ambiente faz com que as soluções sustentáveis de múltiplas classes de ativos sejam atrativas para os participantes do mercado.

O foco na educação e no país são fundamentais para o sucesso dos fatores ESG no Brasil

No congresso, foi possível perceber um apetite importante pelo intercâmbio de conhecimento e a maioria dos participantes do mercado manifestaram o seu desejo de começar a implementar a sustentabilidade em suas carteiras de investimento, sem saber exatamente por onde começar. O sucesso dos fatores ESG no Brasil, ou em qualquer lugar, dependerá consideravelmente da medida em que as partes ativas no campo da sustentabilidade ofereçam dados e pesquisas suficientes sobre as empresas locais, bem como de se existe ou não uma solução de investimento apropriada. Em ambos os casos, é necessária uma abordagem mais centrada no Brasil do que em toda a América Latina. Os investidores institucionais brasileiros entendem a importância do investimento em fatores ESG e aceitam que esta estratégia chegou para ficar. Portanto, a velha concepção errada de que investir em fatores ESG prejudica os rendimentos não foi um obstáculo para este tipo de investimento. Pelo contrário, a confusão sobre como começar o processo pareceu ser um maior impedimento do que decidir se começá-lo ou não.

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