Resumo
O Scorecard SPIVA da América Latina mede o desempenho de fundos mútuos de gestão ativa no Brasil, Chile e México, em comparação com seus respectivos benchmarks em diferentes horizontes de tempo, fornecendo estatísticas de taxas de desempenho superior aos índices, taxas sobrevivência e dispersão no desempenho dos fundos.
Destaques do primeiro semestre de 2023
Em um ano de recuperação e desempenho positivo de dois dígitos entre os índices de referência da América Latina, as taxas de desempenho inferior entre os gestores ativos variaram significativamente por país e classe de ativos. Os gestores de renda variável no Chile e de títulos de dívida corporativa no Brasil tiveram um desempenho melhor do que a maioria, e menos da metade dos fundos perdeu para os seus benchmarks. Em todas as outras categorias, a maioria dos fundos ativos teve um desempenho inferior aos índices em 2023 e em períodos mais longos (ver quadro 1).
México
- O S&P/BMV IRT ganhou 22,7% durante o ano-calendário de 2023. Em uma inversão drástica em relação a 2022, a grande maioria dos gestores de fundos ativos de renda variável do México (90,7%) apresentou desempenho inferior no horizonte de um ano. Em períodos mais longos, ganhar dos índices continuou a ser um desafio, pois 79,1%, 77,8% e 87,8% dos gestores perderam para o seu benchmark em períodos de 3, 5 e 10 anos, respectivamente (ver relatório 1a).
- O retorno médio dos fundos ativos ficou 5,3% abaixo do índice de referência em 2023, pior do que em períodos mais longos; os fundos médios tiveram desempenho inferior em 3,8%, 3,0% e 2,7% nos períodos de 3, 5 e 10 anos, respectivamente (ver relatórios 3 e 5). Durante o período de 10 anos, até mesmo o limite para os gestores do primeiro quartil ficou atrás do benchmark em 1,4%.
- As taxas de sobrevivência dos fundos ativos no México permaneceram as mais altas da América Latina com 100,0%, 100,0%, 91,1% e 78,0% nos períodos de 1, 3, 5 e 10 anos, respectivamente (ver relatório 2). Com isso, já são sete scorecards consecutivos em que os fundos de ações do México apresentam as maiores taxas de sobrevivência em períodos de 3 e 5 anos.
- Fundos com ativos maiores tiveram um desempenho muito pior do que fundos menores em 2023; os retornos médios para fundos de renda variável do México foram 2,7% mais baixos com ponderação por ativos do que com ponderação equitativa (ver relatórios 3 e 4).
Brasil
- O mercado brasileiro de valores fechou 2023 em forte alta e o S&P Brazil BMI subiu 25,3% (ver relatório 3). As empresas de grande porte, medidas pelo S&P Brazil LargeCap, subiram 25,9%, superando ligeiramente o desempenho das empresas de médio e pequeno porte, medidas pelo S&P Brazil MidSmallCap, que terminou o ano com uma alta de 23,7%.
- Em 2023, 61,3% dos fundos ativos mid/small cap brasileiros perderam para o seu benchmark, enquanto uma maioria ainda mais ampla dos fundos ativos de renda variável perdeu para os seus benchmarks em outras categorias. Foram observadas taxas de desempenho inferior de 88,0% entre fundos large cap e de 82,1% entre fundos de renda variável do Brasil. Os gestores ativos de todas as categorias, com exceção dos fundos large cap do Brasil, tiveram um desempenho mais fraco em relação aos seus benchmarks respectivos no período mais longo de 10 anos encerrado em 2023. As taxas de desempenho inferior neste período foram de 91,6%, 81,2% e 90,2% nas categorias de fundos de renda variável, fundos large-cap e fundos mid/small cap do Brasil, respectivamente (ver relatório 1a).
Chile
- O mercado acionário do Chile apresentou uma performance positiva, mesmo que tenha sido menos espetacular do que a de seus pares regionais; o S&P Chile BMI alcançou um ganho de 13,7% no período de 12 meses encerrado em 31 de dezembro de 2023 (ver relatório 3).
- A menor parte dos gestores ativos de fundos de renda variável (40,0%) teve um desempenho inferior ao S&P Chile BMI ao longo do horizonte de 1 ano, mas a taxa de desempenho inferior aumentou em períodos mais longos: 64,4% e 93,2% dos fundos ativos perderam para o seu benchmark nos períodos de 5 e 10 anos, respectivamente (ver relatório 1a). Os fundos médios tiveram um ano excepcional, superando o benchmark em 2,9% em 2023, mas ficaram atrás em 2,0% no período mais longo de 10 anos (ver relatório 5).
- Durante o período de 1 ano, o tamanho dos fundos não teve importância para os retornos e os fundos ativos de renda variável no Chile subiram 17,3% e 16,9% quando ponderados equitativamente e quando ponderados por ativos, respectivamente. Durante o período de 10 anos encerrado em 2022, no entanto, os retornos ponderados por ativos dos fundos de renda variável do Chile apresentaram uma média de 5,2%, enquanto os retornos ponderados equitativamente tiveram uma média de 4,7%, o que indica que fundos com mais ativos geraram um desempenho ligeiramente maior do que os seus pares menores (ver relatórios 3 e 4).
- Ao longo do período de 10 anos, o limite para os gestores do primeiro quartil ultrapassou o benchmark em 0,5% (ver relatórios 3 e 5).