Este trimestre trouxe diferentes expectativas para a região. Em geral, os retornos durante este período foram positivos. No entanto, a América Latina continua no vermelho em 2018. O S&P Latin America 40, um benchmark amplamente usado na região, teve um trimestre sólido com retornos de 6,4%. Os países que contribuíram para esta recuperação foram os dois maiores mercados da região: Brasil e México. Em termos de USD, o S&P Brazil BMI apresentou retornos de 5,1% durante o trimestre, enquanto o retorno do S&P/BMV IPC no México foi de 10,3%.
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À medida que entramos nos últimos três meses do ano, muitas incertezas dos meses anteriores têm começado a se revelar. Já finalizaram os processos de eleições presidenciais em muitos países da América Latina, deixando novos líderes no México, Colômbia, Chile, Peru e em breve no Brasil. Apesar das controvérsias, os mercados têm respondido de maneira positiva aos resultados das eleições. No México, o Nafta foi substituído por um acordo similar chamado de Acordo entre EUA, México e Canadá ou USMCA, pelas siglas em inglês. Esta boa notícia para o México provocou uma alta no mercado de renda variável do país no final do trimestre. O Brasil, por sua vez, está no meio do processo de eleições presidenciais, cujo primeiro turno foi no dia de outubro de 2018. Como foi previsto, o candidato presidencial da extrema direita, Jair Bolsonaro, ganhou o primeiro turno das eleições. Em geral, a sua vitória é vista como mais favorável para os mercados financeiros em comparação com os outros candidatos. Isto também gerou uma alta no mercado de renda variável do Brasil. Os outros países, no entanto, não tiveram um bom desempenho ao examinar os retornos em dólares durante o terceiro trimestre. A Colômbia teve as maiores perdas, seguida pelo Peru, o Chile e a Argentina.
É interessante observar o impacto das moedas nos retornos dos índices. No caso do S&P Colombia Select, O S&P/BVL Peru Select e o S&P/CLX IPSA do Chile, os retornos em dólares não foram tão diferentes dos retornos em moeda local. Contudo, em outros mercados como o Brasil ou a Argentina, as taxas de câmbio tiveram um grande impacto. No Brasil, por exemplo, o retorno total do S&P Brazil BMI foi quase o duplo do retorno em dólares: 9,0% versus 5,1%, respectivamente. A diferença mais acentuada foi na Argentina, onde a versão em dólares do S&P Argentina BMI quase não teve variações (-0,48%), enquanto a versão em pesos argentinos atingiu 40,7% durante o mesmo período. No México, as taxas de câmbio tiveram o efeito contrário. O S&P/BMV IRT teve uma melhor performance em dólares do que em pesos mexicanos (10,8% e 4,3%, respectivamente).
Também vale a pena destacar que os setores de Energia, Materiais e de Finanças foram os três melhores em termos de desempenho durante o trimestre, conforme a medição dos índices setoriais do S&P Latin America BMI. Estes setores tiveram retornos de 12,5%, 8,2% e 6,6%, respectivamente. Não é surpresa que três das cinco ações de melhor desempenho do S&P Latin America 40 durante o trimestre pertençam ao setor de Energia: a Ecopetrol, da Colômbia, teve uma alta de 31%, enquanto as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras, no Brasil, subiram 23% e 18%, respectivamente.