O segundo trimestre de 2018 mostrou que na América Latina a volatilidade é a rainha. Os resultados foram sólidos para a região no primeiro trimestre, período em que o México esteve atrasado em relação aos outros países. Já no segundo trimestre, esses resultados positivos praticamente desapareceram e a América Latina voltou para território negativo. As recentes eleições presidenciais no México e na Colômbia, bem como as próximas eleições a serem realizadas no Brasil, geram incerteza no panorama econômico. O Brasil, que é o maior mercado da região, teve um segundo trimestre consideravelmente difícil. Durante este período, o país apresentou uma importante depreciação da sua moeda, altas nas taxas de inflação, bem como desafios fiscais e políticos que em grande parte contribuíram para o declínio da região. Durante o segundo trimestre de 2018, o S&P Brazil BMI teve uma queda de 26% em dólares americanos, enquanto os índices regionais S&P Latin America BMI e S&P Latin America 40 recuaram 18% e 19%, respectivamente.
Sem dúvidas, a América Latina está vivendo dificuldades significativas. No entanto, quanto aos índices, um dos fatores que teve o maior impacto foi a variação cambial da moeda. Todos os índices locais e regionais apresentaram quedas abruptas nos seus rendimentos quando medidos em dólares americanos, mas os investidores locais encontraram uma situação diferente na região. Um bom exemplo disso é o S&P MILA Pacific Alliance Composite, que exclui o Brasil. A região ampla de 141 ações teve retornos de -5% em dólares americanos durante o trimestre, mas em pesos chilenos e mexicanos, os retornos foram positivos: 2,7% e 2,5%, respectivamente. Em pesos colombianos, o índice não apresentou variações (0,1%) e em novos sois peruanos, ele caiu 3%. Esta situação demonstra que, dependendo do país, a taxa de câmbio desempenha um papel importante na performance do índice.
Apesar do baixo desempenho, houve alguns retornos positivos, especialmente no México e na Colômbia. Os índices S&P/BMV IPC e S&P Colombia Select exibiram um desempenho forte em moeda local, gerando retornos de 4,4% e 10,4%, respectivamente. Outro segmento que forneceu resultados positivos foi o setor de energia da região da Aliança do Pacífico,1 que apresentou um retorno de quase 4% no trimestre e de 64% para o ano (até junho de 2018) em dólares americanos.
A volatilidade é o fator mais importante na América Latina e por isso será interessante observar o que acontece no próximo trimestre. Até agora, as eleições presidenciais no México quase não tiveram impacto no mercado e, na primeira semana de julho, o Brasil voltou para território positivo. Contudo, ainda restam muitas semanas para o próximo trimestre. Fique ligado às novidades.
Para mais detalhes sobre o desempenho na América Latina, confira o scorecard: Índices de Renda Variável da América Latina: 2° trimestre de 2018.