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Índices da América Latina: 1° trimestre de 2018

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Silvia Kitchener

Director, Global Equity Indices, Latin America

S&P Dow Jones Indices

O dia 30 de março marcou o final do primeiro trimestre de 2018 e, até agora, os índices regionais da América Latina mostram uma performance sólida. O S&P Latin America BMI, que procura medir o desempenho de 287 empresas no Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, gerou um rendimento de 7,4% no período. Ainda mais impressionante foi o caso do S&P Latin America 40 (que procura representar as 40 ações de maior tamanho e liquidez da região), pois teve um rendimento de aproximadamente 10% no trimestre, em comparação com os índices S&P 500 e S&P Europe 350, que tiveram retornos negativos de 0,8% e 2,1%, respectivamente.

Então, quais foram os motivos deste bom desempenho? Ao analisar cada país, podemos ver claramente que o Brasil foi o que mais contribuiu para o desempenho geral da região. De acordo com um relatório do JP Morgan , a diminuição considerável das taxas de juros no Brasil poderia estimular o investimento e o consumo nesse país. Além disso, entre os mercados emergentes, o Brasil é considerado como o país com a maior capacidade para gerar ganhos. E continua: “a alavancagem operacional está em andamento e o benefício total da diminuição das taxas de juros (de 6,75% para 6,5%) vai começar a se materializar só a partir de agora. O real brasileiro (BRL) é visto como estável, especialmente considerando a forte posição externa e os altos preços das commodities”. O relatório também indica que “o dinheiro está fluindo para os mercados emergentes e o Brasil é um grande beneficiário disso”. A respeito das próximas eleições: “na atualidade, o consenso entre os investidores sobre as eleições presidenciais de outubro é que, sem importar o vencedor, será necessário implementar reformas”. O mercado geral, representado pelo S&P Brazil BMI, teve um bom trimestre e apresentou um rendimento de 11,5% em dólares (USD). Empresas como Petrobras e Banco do Brasil, entre outros gigantes brasileiros, tiveram resultados impressionantes durante os três primeiros meses do ano. De fato, oito das dez melhores empresas do S&P Latin America 40 em termos de desempenho foram brasileiras. O México, que é o segundo maior mercado da região, não teve resultados tão positivos. No meio de um ambiente de incerteza em torno do Nafta (acordo de livre comércio entre México, EUA e Canadá) e das eleições presidenciais deste ano, o S&P/BMV IPC, que é o índice emblemático do México, teve um rendimento negativo de aproximadamente 7% durante o trimestre.

A Argentina e o Peru estiveram entre os outros países com bom desempenho na região. Apesar das recentes preocupações com o aumento da inflação na Argentina, haverá grandes expectativas para este país caso seja classificado como mercado emergente, situação que melhoraria o nível de investimento no país. No final do trimestre, o S&P Argentina BMI teve um rendimento de 6,4% em pesos argentinos (ARS), com retornos entre 50% e 56% para os períodos de três e cinco anos. Apesar da recente demissão do seu presidente, o Peru, que é o menor mercado da região, manteve uma tendência em alta no primeiro trimestre do ano. O S&P/BVL Peru Select Index, que procura representar 18 das ações peruanas mais investíveis, apresentou um retorno de 4,7% em moeda local (PEN) durante o período.



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